Antes de começar o Campeonato do Mundo de Futebol, um terramoto começou a ameaçar a FIFA, mais especificamente o seu presidente, Joseph Blatter. O cartola está a perder o sono por causa de um livro que conta em detalhes como ele conseguiu ser eleito para o mais poderoso cargo do futebol mundial.

   "Foul" (Falta, em inglês), escrito pelo jornalista de investigação Andrew Jennings, acusa Blatter de corrupção e traz provas de compra de votos. O autor espera publicar a obra neste mês, mas a FIFA conseguiu convencer a Justiça Suíça a proibir a sua venda.

  Em "Foul", o jornalista conta os bastidores da FIFA. Desde Setembro de 2005 que Blatter vem tentando impedir a publicação e distribuição do livro, alegando que se tratam de calúnias. A Justiça, em primeira instância, rejeitou o pedido. Porém, Blatter obteve uma vitória: conseguiu que, pelo menos temporariamente, a obra não chegasse às livrarias. O Tribunal de Zurique não tomou posição sobre a alegação de calúnias, mas optou pela proibição provisória. Para muita gente, a FIFA já conseguiu o que queria, ou seja evitar a publicação do livro às vésperas do seu grande evento.

Segundo o livro, em 1998 a eleição para presidente da FIFA foi marcada por uma vasta operação de compras de votos e distribuição de contratos para garantir a escolha de Blatter. Também há denúncias sobre a gestão dos recursos e sobre a venda ilegal de ingressos para os Mundiais.

  Seguindo uma analogia religiosa, está na altura de expulsar os vendilhões do Templo, e devolver ao futebol aquilo que é mais precioso, ou seja a verdade desportiva.

Mas enquanto estes indivíduos andarem a escolher quem passa e quem é eliminado por causa de contratos milionários e de acordos corruptos, Portugal nunca irá ser Campeão do Mundo.

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