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  A propósito das eleições e principalmente do rescaldo das mesmas, hoje o tema não podia ser outro que não este, obviamente.

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  E portanto era só para vos dizer que eu nunca fui fã de heróis, fossem eles tigres da Malásia como o Sandokan que até tinha um amigo português ou gajos efeminados que salvam o mundo de capa esvoaçante e colhões apertadinhos pelos collants.

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  Mas, pelo menos acredito piamente num super-poder... o do Guronsan.

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  É mais ou menos o equivalente à poção mágica dos irredutíveis Gauleses.

  Tal como Astérix fica pronto para mais um arraial de pancadaria nos Romanos mal toma a milagrosa invenção do druída Panoramix, qualquer um de nós fica preparado para nova noitada de arromba, mal ingere o mágico Guronsan.

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  E tal qual o minorca gaulês da aldeia invencível, todos temos um amigo que é exactamente como o Obélix. Parece que caiu no caldeirão dos comprimidos efervescentes quando era pequenino e jamais na vida experimentou uma ressaca... o sacana.

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  É por isso que hoje o objecto em apreço neste post de hoje, passo o erro de concordância, são 20.

  Duas dezenas de espantosas pílulas, calma... que estou aqui a ler a embalagem; 20 rodelinhas dentro do tubo psicadélico comercializado pela Jaba sita em Sintra. Pois...

  Não sei se é apenas um mito urbano mas corre por aí que foi um português que inventou o Guronsan. Contam-se assim por 4, as coisas boas que demos ao mundo. Mulatas, a Amália, o Benfica e o melhor medicamento da história... nada mal. Bate de longe, o contributo suíço para a humanidade. Relógios, queijos, canivetes e... bancos. Não admira que eles permaneçam neutros. Têm vergonha!

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  O Guronsan é composto por glucoronamida, ácido ascórbico e cafeína. E mesmo assim, sabe bem.

  Tira as dores de cabeça, regenera o fígado e desperta.

  O que nos leva à pergunta óbvia: Onde raio está o Nobel para os gajos que inventaram isto?

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  Mais... como os seus criadores sabiam muito bem ao que íam, fizeram até questão de decorar a tampa do medicamento com um pedagógico desenho. Confirmem se não acreditam: Uma mãozinha que segura o frasco de comprimidos e demonstra a técnica exacta de utilizar o polegar para abrir o dito cujo. Sim... porque eles sabem que um gajo de ressaca, é como o Paulo Bento no banco do Sporting; absolutamente incapaz, mesmo das coisas mais evidentes.

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  Mencionei à pouco, o psicadelismo do tubo mágico.

  Azul, branco e verde, porque os amáveis cientistas da Jaba sabem que um gajo de ressaca vê mal. Só depois do comprimido tomado percebe por exemplo, que a miuda muito parecida com a Kate Beckinsale que levou para a cama na noite anterior, é afinal a porteira do prédio e melhor amiga da sua mãe.

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  Os inventores do Guronsan sabem que um homem ressacado, quando abre a caixa de medicamentos no WC, precisa de se assegurar que não toma por engano o tónico capilar ou as pílulas que a ex-mulher lá deixou. Daí os garridos tons, azul, branco e verde do medicamentozinho junto a todos os outros remédios cinzentos e tristes. É como se uma gigantesca manif da função pública fosse de repente invadida pela marcha do orgulho gay.

  Citando Gabriel Alves, "é alegria, é festa, é cor, são famílias no estádio."

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  Jesus Cristo veio ao mundo para nos salvar

  Mas o Guronsan também, e com uma vantagem: Ficou por cá.

  Toma-se com água, com sumo, com chá; no México até vi nativos tomarem com cerveja. E sempre que vejo um comprimido a desvanecer-se no milhão de bolhinhas, vêm-me as lágrimas aos olhos. Mas se calhar é da ressaca, da desidratação ou por não saber como vou livrar-me do camafeu que ainda ressona no quarto, encima da cama.

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  É de facto este o único defeito do mirabolante remédio.

  Urge por isso criar o Guronsan Prévio. Um que não resolva a ressaca, mas evite o arrependimento do dia seguinte. E que à pergunta, "em tua casa ou na minha", nos faça responder, "só se for na igreja, minha filha... Sou padre. E só faria isto para redimir-me dos meus pecados... Princesa".

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