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Durante a semana estou invariavelmente atento a assuntos que possam servir de tema para mais um post e por isso é normal que por vezes haja aqui ou acolá algum travo de crítica política.
Entendo perfeitamente aquela gente que me visita e que não quer saber de política para nada e que já cansada de toda esta merdice mas, desculpem lá qualquer coisita, de vez em quando gosto de lhes afinfar um pouco naquele rabedo. Não muito, que eu cá não gosto de apaneleirar aqui o tasco.
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E para hoje tinha guardado dois excelentes tópicos, que estavam mesmo a pedir umas letras, frases e parágrafos.
Portanto, abro o Word com um largo sorriso nos lábios, alegremente preparado para destilar algum veneno. De súbito... nada. Uma branca total. As referidas situações desapareceram por completo da minha mente. Nada. Nadinha.
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E assim cheguei à conclusão que estou a ficar velho.
Será do casamento? Eh pah, esqueço-me de tópicos. Tenho de começar a andar com um caderninho atrás, anotando pequenos lembretes do tipo:
“Não esquecer: O meu nome é kumkaneco! O meu nome é kumkaneco! K U M K A N E C O! Kumkaneco, Kumkaneco, Kumkaneco! Man... Oops que já me ía revelando... Kumkaneco, assim é que é!”
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E a seguir? Uma bengala? Cataratas e miopia? O princípio do fim? Alzheimer? Ou então talvez uma pulseira com o seguinte parágrafo escrito:
“Se me encontrarem perdido, totalmente nu, a trautear um pequeno balde de vómito musical da autoria de Mikael Carreira e à deriva num beco da Ribeira, por favor contactem a minha mulher. TLM: 9********. No caso de não quererem gastar dinheiro, dêem-me um tiro de misericórdia.”
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Mas realmente grave é que se hoje me esqueço de temas, quem me garante que amanhã não claudico em pleno leito de amor e depravação?! Quem me garante que uma branca relativa à escrita não é um sintoma de uma branca sexual?
Isso é matéria de grande preocupação, caralho!
Referir um esquecimento ou mesmo o aparecimento de pedras nos rins ainda pode ter a sua graça, agora... olhar para baixo e nada... mortinho... miseravelmente pendurado e inerte... isso deve ser mega-ultra-hiper fodido e refodido!... E bem refodido!!! E mais que refodido... Refodidíssimo!
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E como bom hipocondríaco que sou, para além de gostar de escrever asneiras, temo o pior. O melhor mesmo será ligar para o Nicolau Breyner e pedir-lhe alguns conselhos. E como mais vale prevenir do que remerdiar, a morada e horários dos “Impotentes Anónimos” também vinha a calhar.
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Eh pah, talvez eu seja um dos poucos cuja massa cinzenta já não é o que era, mas tenho a impressão que neste início de século, em que toda a gente anda ocupadíssima e em que há toneladas de informação disponível, não será muito difícil perder o fio à meada. Por isso caro amigo blogueiro que me estás a ler desse lado do aparelho... se já alguma vez deambulaste desesperadamente no supermercado, a tentares-te lembrar do que querias comprar, aqui tens o ombro compreensivo de um companheiro de infortúnio.
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