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Não sei se já repararam mas por cá, nos centros comerciais da cidade onde resido, neste momento é moda andarem um ou mais seguranças desses shoppings, daqueles que usam o casaquinho vermelho, a patrulharem os corredores montados encima daquelas maquinetas de duas rodas.
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Já não é a primeira vez que reparo que eles andam naquilo de uma forma muito direitinha, com o corpo hirto e bem esticados pra cima provavelmente pra evitar sobressaltos na condução.
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Andar numa daquelas máquinas, coloca-os num plano mais elevado relativamente ao cidadão comum que precisa de usar as perninhas pra se deslocar dentro do centro comercial. E perante tal cenário não pude deixar de comparar aqueles tipos aos soldados que na Roma Antiga patrulhavam as estradas do Império nas suas quadrigas puxadas a cavalo.
. . Num centro comercial cheio de gente a andar de um lado para o outro, ver um segurança aparecer de repente por ali a rolar de forma suave, na tal posição altiva com uma dignidade própria de um qualquer herói emblemático de um passado longínquo, é uma imagem absolutamente arrebatadora que jamais irei olvidar. . É certo que já não existem os cavalos, pois esses foram substituídos por outro tipo de cavalos de natureza bem diversa, e também já não há rédeas mas sim um complexo mecanismo que incorpora entre outras complicadas invenções, um giroscópio. Digam lá se não é giro dito desta forma?! E quando este veículo se massificar, bem que o poderemos apelidar de Giroscópio do Povo... . Eu próprio ao deparar-me com tais visões, não consigo deixar de sentir um ligeiro entusiasmo e quiçá uma leve emoção por perceber que as visitas que regularmente faço ao shopping irão passar a ser dali para a frente uma forma de me tele-transportar no meu imaginário para esses tempos gloriosos feitos de heróis lendários e histórias do arco da velha. (Eh pah, nunca percebi muito bem esta expressão - arco da velha - mas não sei, apeteceu-me aqui dizer isto e... senti-me muito bem ao fazê-lo.) . Quase que dá para visualizar toda a cena se recorrermos às memórias que adquirimos naqueles inesquecíveis filmes antigos que se faziam sobre o tempo dos Romanos, autênticas super-produções cinematográficas como é disso exemplo o mítico Ben-Hur. . . Tal como no filme, o povo anda ali junto ao chão preocupado com os afazeres da sua vidinha, pra cá e pra lá, quando de repente surge um centurião romano a comandar a sua quadriga composta por poderosos cavalos e com uma carruagem de duas rodas, abrindo alas enquanto passa pela ralé. Aquilo sim, é que é poder, meus amigos... . . E isto fez-me pensar que se calhar, da próxima vez que me dirigir ao coliseu, perdão, ao centro comercial e me cruzar com um desses soldados romanos, oops, seguranças da esegur, irei, à sua passagem, erguer o braço e com a mão bem esticada gritar a plenos pulmões: -"Salvé, ó Tribuno." - (e isto pra não dizer coisa pior!) .
Mais uma vez... o Herói. Nunca pensei que tal se pudesse repetir; e nem os Ingleses que devem estar com uma cachola...
. Os Segway do Império Roma...