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  Ainda a propósito dos peregrinos... que somos todos nós, os Peregrinos da Vida na Terra.

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  O Judaísmo só tem o Velho Testamento com o Moisés a ditar leis e postas de pescada obrigando as pessoas todas a serem boas e criando para isso leis, nomeadamente dez... os mundialmente famosos Dez Mandamentos de Deus.

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  Já o Cristianismo, para além do Velho Testamento, possui também o novíssimo Testamento, com as façanhas e histórias de um suposto Messias, carpinteiro de profissão e que dava pelo nome de Jesus.

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  Dizem os padres que, ao contrário do Judaísmo, Jesus não impõe a bondade através de Leis, mas sim tenta convencer as pessoas a praticar o bem pelo prazer que isso dá... Muito provavelmente foi esse o motivo dos Judeus não acreditarem que Jesus era o Messias que eles tanto ansiavam. E ainda hoje esperam por ele... sentados.

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  Basta ver o que lhe aconteceu na Cruz para podermos chegar à conclusão de que o Sado-Maso, já na época era prática corrente e bastante aceitável.

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  Como só isso não chega e Jesus - que não tem culpa nenhuma disto - só houve um, a Igreja Católica teve de inventar um outro conceito que não sendo Lei como fez Moisés, constituiu um incentivo para sermos todos bonzinhos. E criou para o efeito o conceito do Pecado.

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  Se não fores bonzinho, cometes o Pecado e assim já não vais para o Céu.

  Um mecanismo de controlo que ajuda a Igreja a manipular os seus devotos, ensinando-os a não questionar...

  O Céu e o Inferno, dois mundos totalmente em oposição, criados pela mesma Entidade. Brilhante!...

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  Claro que como todas as leis, (embora a igreja afirme que não se trata de nenhuma lei), existem sempre fugas, e se cometes o Pecado, podes sempre alcançar a Absolvição através do Arrependimento.

  Este será seguramente o primeiro momento da história do Homem em que o Marketing terá sido utilizado com mais eloquência.

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  O Arrependimento por si só não chega, é necessário fazeres-te sócio da congregação e utilizares assim um dos produtos oferecidos e que são exclusivo da Igreja que é o Confessionário...

  Ahhh!...Marketing puro, meus amigos!

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  É claro que o tempo passa e é necessário estar atento ao mercado.

  Foram criados produtos que foram entretanto ultrapassados e retirados. Estou-me a lembrar por exemplo do Index ou mesmo da Inquisição.

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  Outros ainda que foram criados para um únicio propósito bem específico e definido no tempo para depois se auto-excluirem do mesmo.

  Estou-me a lembrar das Indulgências, que serviram para pagar a construção da Basílica de S. Pedro e parte do Vaticano, conforme ele é hoje conhecido.

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  Para os tempos de hoje, é o equivalente a um Aumento de Capital da Sociedade Anónima. Neste caso eles aumentavam o capital, à custa da Sociedade e do Povinho Anónimo....

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  Como?

  Transformando o Céu em lotes, e vendendo-o às parcelas. Conforme o valor pago, corresponderia a uma pequena casa, moradia com terreno, moradia com terreno e vista sobre o Inferno, ou até mesmo autênticas quintas com anjinhos a servirem o pequeno-almoço em pequenas nuvenzinhas de vapor de água certificado pelo controlo de qualidade do Arcanjo Superior.

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  Para isso, bastava ser um filho da puta toda a vida, matar e massacar muita gente e roubar as riquezas que se pudesse. No fim da vida, não tendo ninguém a quem deixar a fortuna acumulada, arrependia-se vigorosamente, entregando tudo à Igreja. Na volta, a Igreja entregava-lhe um papelinho, a tal Indulgência, que era uma espécie de recibo que acompanhava o defunto no caixão e que funcionava como Escritura nos Serviços de Mortos e Fronteiras do Além.

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  Mais recentemente foi descontinuado um produto que já existia à algum tempo e que era conhecido por Limbo.

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  Para quem não sabe o que é... O Limbo não é um concurso, mas sim o local para onde vão os recém-nascidos que morrem sem serem baptizados. Fica num local entre o Céu e Terra, muito provavelmente na Estratosfera de algumas mentes perturbadas do Clero.

  Os bebés acabados de nascer e que por qualquer que fosse a razão, falecessem, sem terem adquirido o Sacramento do Baptismo, não iriam para o Céu. Eram colocados num local inóspito, onde não se sabe muito bem o que era e se existiriam alcofas ou fraldas e muito menos Baby TV. Estariam lá acumulados muitos bebés sem qualquer enfermeira ou outro tipo de supervisão.

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  A sociedade de hoje é bastante mais sensível a esta problemática e em resposta a isto e depois de uma reunião com o Accionista maioritário, a Opus Dei, o Conselho Accionista pela mão do seu Presidente Bento XVI, determinou que se extinguisse o Limbo.

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  Portanto, é oficial... Jamais algum bebé irá para lá. Ainda se desconhece quais as condições necessárias para se entrar no Céu, nomeadamente a idade máxima permitida para se lá entrar sem ser baptizado.

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  Outro dos problemas a resolver é o que fazer com tantos bebés que desde os primórdios dos tempos se acumularam lá encima no Limbo.

  Será que os vão deixar crescer?

  Vão deixá-los entrar no Céu?

  E os Serviços de Emigração...? Irão criar problemas?

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  Enfim... não se sabe.

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  E agora falando mais a sério, pah... A propósito do Pecado.

  Fico fodido e refodido e ainda mais refodido, quando me lembro que os Membros da Igreja Católica e outros Movimentos Cristãos andam há dois mil anos a pregar que a figura nuclear do seu culto, Jesus Cristo, nasceu de Maria, uma mulher Virgem, para consolidarem a ideia que na sua concepção não existiu qualquer pecado, como que querendo dizer que perder a virgindade é um acto pecaminoso... como que se fazer amor fosse pecado...
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  Estas mentes, pah..

  Perante isto, é realmente com enorme estranheza que reparo que essas entidades não têm tido qualquer dificuldade em querer que sejam consideradas credíveis as suas posturas face à Maternidade e à Sexualidade, onde se vincam as suas posições relativamente ao uso do preservativo e ao Aborto.

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  E fica a pergunta no ar para quem me souber ou quiser responder...

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  Se o marido ou esposa estiverem infectados com SIDA, e fizerem amor, deverá o homem usar o preservativo, ou não?...

  Não será pecado infectar e condenar à morte o cônjugue que se ama?...

  E se sim, abre-se uma excepção?...

  Mas, abrindo-se a excepção, será ou não pecado ficarmos todos doentes de propósito com SIDA para podermos fazer amor com preservativo e ainda assim morrermos felizes com um orgasmo, por sabermos que a seguir iremos direitinhos para o Céu?!...

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