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Eu adoro o Natal e as festas a ele associadas. Não gostam?!
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Não sei, esta quadra tem algo de especial, não é? Passeamos nas ruas e está tudo iluminado, as montras das lojas, até os arrumadores se vestem de Pai Natal... não é amoroso!?
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E é também nesta época que nos juntamos mais em família e trocamos presentes, emoções e histórias de uma vida...
Mas, dependendo do tipo de pessoas com quem temos de conviver, essas tais reuniões de família podem ser umas autênticas e monumentais secas.
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Quer dizer, não sei se me faço entender. O ambiente normalmente é de uma certa indolência, com o frio que se faz sentir lá fora, e o calor que emana da crepitante lareira de aldeia. E ali estamos nós, sentados, e a conversa que se está a ter é daquelas conversas de circunstância que de repente, e sem que ninguém o esperasse ou prevenisse, perdura, e perdura, e perdura, e... conversa deprimente, deprimente, deprimente... e velha chata, chata, e chata, e...
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Começamos a ficar desconcentrados. Fazemos um esforço mas já é tarde. Ficamos como que hipnotizados. A dormência toma conta de ti e finalmente ficas sonolento e entras em piloto automático.
E de repente, dás por ti a fantasiar. Tu pensas, e se eu me levantasse e saltasse contra aquela janela? Como é que seria? Espetar-me contra o vidro... Prrruussssssssssshh... plim, plimmmm... e depois?... Depois voltava pra dentro, e há vidro partido espalhado por todo o lado, e toda a gente está chateada.
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-"Não, não... Eu estou bem, não se preocupem! Só estava um pouco aborrecido. Eu estou bem... Eu voltei, e quero ouvir um pouco mais da colecção de doenças da Tia Rosa. É isso... Vamos recomeçar a partir daí ... exactamente desse ponto...
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