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  Os políticos dos dias de hoje têm duas caras e já sabem que o importante é transmitir na televisão, não a verdade mas sim uma mentira convincente, e nisso o nosso primeiro-ministro é mestre.

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  Ontem, José Sócrates veio propagandear no seu discurso de comunicador nato, 3 ideias entre outras, a que atribuiu a si próprio e ao seu Governo o mérito pela implementação das mesmas recusando assumir culpas ou responsabilidades pelos factores de crise já pré-existentes em Portugal, mesmo antes desta crise do crédito ter rebentado.

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  A saber:

  - Baixa da taxa de juros;

  Quando a taxa subiu a culpa não era dele era da inflação que "obrigava" o Banco Central Europeu a mexer nas taxas e o Governo Português nada podia fazer.

  Agora que a taxa baixou porque a crise é profundíssima, veio anunciar Sócrates a baixa como uma medida do Governo que até vai beneficiar quem paga o Crédito à Habitação... ...

  Acredita quem quiser...

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  - Baixa dos combustíveis;

  Quando estes dispararam, a culpa não era dele mas sim da especulação e do mercado complexo do petróleo juntamente com as guerras e instabilidade no Médio Oriente mais a expansão da China.

  Agora que a gasolina baixa e mesmo assim não como deveria porque os mercados estão negociar os combustíveis com o crude a valer o mesmo de há dois anos, mas com o preço dos combustíveis muito acima desse valor, vem agora Sócrates anunciar com toda a pompa como se fosse uma medida generosa do Governo para relançar a economia... ...

  Acredita quem quiser...

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  - Baixa da Inflação;

  A Inflacção subia mas a culpa não era dele porque a responsabilidade do controlo da inflacção era do Banco Central Europeu e era este que subia as taxas de juro para a controlar.

  Agora que a inflacção desce porque a crise é profunda e não há poder de compra, vem anunciar esta medida como fosse uma medida do Governo...

  Acredita quem quiser...

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  E pelos vistos há muitos portugueses a acreditar como se pode verificar nas sondagens regularmente apresentadas. E apoiando-se nisso, veio também pedir a maioria absoluta iniciando, tal como Cavaco Silva, um novo tabu sobre se governaria o país sem a dita maioria.

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  Sócrates na entrevista dada na SIC, não deixou transparecer qualquer tipo de culpa ou de arrependimento por absolutamente nada. Tudo que ele fez, está certo e deveria ter sido feito exactamente da forma como foi feito... Um homem cheio de certezas e quase sempre sem dúvidas, à semelhança de um Cavaco do passado que agora tenta afrontar...

  Perante estas declarações, pergunto: Então como é possível existir a crise?

  Se tudo foi feito correctamente como é que após a apresentação do orçamento em Novembro com variados especialistas em economia a afirmarem que as previsões que o Governo teimosamente manteve não correspondiam à realidade, este veio agora admitir, passado cerca de um mês, que afinal "vamos ter de actualizar as previsões do desemprego e do crescimento" conforme disseram os tais especialistas.

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  Claro que neste cenário, o PSD e a Manuela Ferreira Leite também são culpados porque têm seguido um caminho desastroso e sem ideias para o país. Primeiro o silêncio, depois quando finalmente começou a falar, desejou ter-se mantido calada até que agora, perante isto, percebeu que o silêncio volta a ser a melhor estratégia.

  Segundo os especialistas da área, o problema da Manela e do PSD será um problema de comunicação... Pois eu acho que sim. É que ao contrário de Sócrates e do PS, esta diz a verdade do que pensa. Ela e todo o seu séquito laranja, se estivessem no Governo tentariam fazer o mesmo que Sócrates faz, mas com duas pequenas nuances. Seriam mais incompetentes a fazê-lo e mais trapalhões e, seriam ainda mais corruptos...

  E o problema do PSD deve-se precisamente ao facto dos portugueses já terem percebido isso mesmo...

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  Infelizmente, apesar da crise, também não se vislumbram ideias na oposição para combater a crise e temo mesmo que perante isto, os portugueses possam entregar de novo a maioria absoluta ao PS nas próximas eleições, porque quer se queira quer não, este Governo, mesmo apanhado desprevenido, sem ideias e sem estratégia, foi rápido a actuar. E essa ideia que passou para a opinião pública pode ser decisiva.

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  Não se pode acusar este Governo PS de não fazer nada ao contrário do PSD que aparentemente não faria nada (segundo as palavras/silêncio da sua líder). Só que a questão aqui é saber se um Governo "reactivo" que dispara em todas as direcções, próprio de quem está com medo, desesperado e apanhado desprevenido, acerta nalguma coisa.

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  A necessidade de haver uma oposição com qualidade e com liderança nunca foi tão necessária e ao mesmo tempo tão escassa.

  No caso do partido da alternância, o descrédito provocado pela sua ultima passagem pelo Governo, das lutas internas no partido e da associação criminosa de muitos dos seus líderes e pensadores, levou a uma descridibilização muito acentuada do partido junto da sociedade civil.

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  E temos vários exemplos, entre os quais o caso BPN.

  Dias Loureiro para além do seu envolvimento, onde primeiro dizia desconhecer a situação do banco que co-admnistrou até 2005, veio 15 dias depois, afirmar que não só conhecia, como teve uma conversa com o vice-presidente do Banco de Portugal onde o avisou das dificuldades do BPN, numa altura em que se descobriu que afinal, este não foi admnistrador até 2005 como tinha dito, mas sim até 2007, já muito próximo do colapso...

  A teimosia em agarrar-se ao lugar no Conselho de Estado que até lhe dá imunidade, pondo até em causa a imagem do Presidente da República e do seu partido, é demonstrativo disso mesmo. É um salve-se quem puder depois de ter sido parcialmente desmascarada a roubalheira.

  Neste caso BPN, um dos seus queridos amigos, um libanês cliente do BPN, deve ao banco um crédito por pagar de mais de 40 Milhões de Euros... E não sabe para onde foi esse dinheiro e mais importante ainda, não se sabe se poderá ter sido usado para financiar o terrorismo ou a compra de armas, etc, etc...

  Vale tudo entre esta suposta classe política de "bem". Vale mesmo tudo. E o encobrimento que a líder do maior partido fez e continua a fazer é a prova de que "isto", é tudo boa gente e vêm todos do mesmo saco.

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  Mas a corrupção não é exclusivo de um só partido.

  Mais recentemente, descobriu-se uma série de fraudes fiscais provocadas por uma entidade empresarial detida em 30,5% por Dias Loureiro e... em 7,7% por Jorge Coelho, o tal da "culpa que não ía morrer solteira" da queda da ponte de Entre-os-Rios.

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  Curiosamente, Jorge Coelho é também o gestor de uma empresa que está interessada na construção da já famosa e controversa expansão do cais de contentores em Lisboa...

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  As pessoas olham para isto, para os partidos que albergam esta gente e compreensivelmente não sabem em quem votar... Talvez se perdessem o medo e mudassem o sentido do seu voto para os partidos mais pequenos, pudesse ser uma solução.

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  Vejamos...

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  CDS: Um pequeno partido que já esteve no poder inúmeras vezes e sempre que lá esteve tentou indubitavelmente fazer aquilo para que foram criados... Roubar aos pobres para dar aos ricos...

  Afirmam a pés juntos que defendem políticas que protejam os mais pobres e constantemente proclamam a baixa do IRS quande se sabe que essa medida não tem impacto nos mais pobres que não pagam IRS por não terem rendimentos para tal e são contra o taxamento especial das grandes fortunas que permitisse uma redistribuição da riqueza, essas fortunas que seriam as mais beneficiadas com os tais cortes do IRS.

  Já se percebeu porque é que este partido anda entre os 5 e 10% que é o número de pessoas muito ricas e ricas ou prestes a tornarem-se ricas.

  Estes ultimos dois anos em que estiveram no Governo constituiu prova cabal disso mesmo. Onde estiveram membros do CDS/PP, foi onde mais se pilhou e mais porcaria foi feita com talvez a excepção de Paulo Portas na Defesa, porque este ainda está interessado em viver da política durante mais alguns anos e não dos negócios... Ainda...

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  Bloco de Esquerda: Um partido criado dos farrapos da UDP e do PSR, que luta muito, perdão, fala muito e a comunicaçao gosta muito de os ouvir porque todos, comunicação social e BE, acreditam que cresceram e podem crescer ainda mais à custa do desaparecimento do PC à esquerda.

  São óptimos para estar na oposição mas padecem do mesmo mal do CDS/PP que é o da vontade de chegar ao poder a qualquer preço. Os seus membros, com poucas excepções usam o BE como trampolim para outros voos como provam a inicial "aliança" nos primeiros tempos do BE ao PS no parlamento deixando de atrapalhar o Governo na expectativa de arranjar um lugarzinho neste para o BE... Como isso não resultou lá voltaram ao ataque mas mesmo assim bastante mais dóceis que em tempos idos...

  Na câmara de Lisboa, mal foi eleito, Sá Fernandes lá arranjou o tachinho para ele e já sabe que embora renegado pelos seus pares, já garantiu lugar na lista vencedora do PS nas próximas eleições... Como independente claro, que aqui não há confusões nem compadrios...

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  PCP: É o que é e ou se acredita naquilo e se é comunista ou não se acredita.

  Ainda não entenderam que o discurso repetitivo de ideias falidas que não se adequam aos dias de hoje, não só não convence como se torna chato e pouco convincente.

  São óptimos para estar na oposição e para lutar na rua e têm grande capacidade de trabalho e mobilização, mas são uma incógnita e talvez um perigo se pudessem eventualmente chegar ao poder. Na tentativa de mudar de sistema, destruiriam o país pois são assumidamente ineptos no que toca a lidar com os problemas do capitalismo, que é o sistema pelo qual somos regidos, quer a nível nacional quer a nível global.

  Sendo os comunistas, obcecados e fortemente empenhados nas suas convicções, quando mudam de ideias, acabam por ser ainda mais implacáveis que os próprios capitalistas mais selvagens, não respeitando nada nem ninguém.

  Os chineses são a evidência mais recente disto mesmo.

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  E agora?! Em quem se deverá votar?!...

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  Se fosse hoje votava em branco, mas não deixava de ir votar...

  Até às próximas eleições ainda temos tempo para nos deixarmos enrabar pelo marketing político dos dois maiores partidos, e aí logo se vê!

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