Estás no Centro Comercial e precisas mesmo de ir ao W.C.
Guardaste-te até ao fim pra tomar aquela decisão mas no final, sabias que serias recompensado. Chegas lá e vês que está em limpeza!... Nada de pânico, é apenas um contratempo. Não estavas a contar com aquilo mas a convicção está do teu lado, afinal és um homem com um objectivo. Ora bem, o que fazer?... Corres para o próximo que se encontra do outro lado do Centro e tu pensas:
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-"É uma longa caminhada, mas eu consigo... é só não me abanar muito pra não deixar cair nada pelo caminho."
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Enquanto caminhas não consegues impedir-te de sentir uma ansiedade e ao mesmo tempo um contentamento... aquelas pessoas que se cruzam contigo não sabem o júbilo que vai dentro de ti, não sabem o fogo que entretanto começara a subir da bexiga e que agora envolvia todo o teu abdómen. Sentes as pernas a entorpecer e a vontade a tomar conta de ti mas, não podes ceder. Tudo está em jogo e naquele momento todos os planos feitos, as sensações de prazer e angústia, o saborear daquele momento de antecipação é mais forte e só consegues ouvir uma frase que te perpassa pela tua mente impelindo-te, rogando-te "aguenta, aguenta... ou tudo terá sido em vão..."
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Chegas finalmente lá e pensas no Bush e na festa do barco, "Mission Acomplished"; deixas escapar um sorriso pois sabes que a verdadeira e crucial missão ainda estavam por cumprir.
Abro a porta do W.C... estou com a bexiga três vezes maior que o normal, a morrer de vontade para mijar tal como eu gosto. Ah, óptimo... Os mictórios estão todos livres, mas antes ainda ponho a água a correr no lavatório, um dedo na água fria que sai pela torneira com o barulho característico e tento aguentar, ouve-se a água e o ranger dos meus dentes...só assim conseguirei atingir os meus objectivos. Juntar o maximo de urina para quando sair ter a potência e a temperatura ideal para concretizar o meu sonho:
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-"Desgastar pela primeira vez na história uma bola de naftalina no urinol!"
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Tenho treinado imenso, há anos que mijo para as bolas de naftalina para as desgastar, nunca consegui! Na casa de amigos quando ía ao W.C mijava contra o W.C Pato....um bom treino para quem aspira a imortalidade de desgastar uma bola de naftalina inteira, mas tudo começou quando desfiz a minha primeira beata de cigarro. Logo na primeira vez sobrou-me mijo na bexiga e pensei... "o que vou fazer com o resto?... Não vou só... Mijar!!... Tenho de fazer algo mais"... E foi então que depois da beata de cigarro desfeita e com o precioso resto, consegui através de uma série orquestrada de jactos desenrolar o papel amarelo do filtro. Foi o ínicio de uma nova forma de urinar!!!...
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Desaperto o fecho zip que esconde dentro de si algo volumoso. Saindo das suas profundezas como um monstro de olhar penetrante e ainda envolvido no seu sono catatónico, eis que sai cá pra fora. Num primeiro momento de forma hesitante mas num repente como que subitamente acordado e arrancado ao seu deleite, de um só salto dá um pinote glamoroso como uma baleia em ascensão a saborear o seu primeiro gole de oxigénio. Há vida e forma naquele ser cilíndrico e no entanto a sua função primordial tinha sido negligenciada, tudo em prol daquilo que me preparava para fazer.
Após o inicio impetuoso, o bicho acalmou. Ululando ritmadamente, movimentava de forma suave todo o ar que lhe rodeava e como um resfolgar de um cavalo que se prepara para a corrida, ganha corpo e assume-se como uma entidade autónoma plenamente concentrada na missão que finalmente o ía por à prova de uma forma como ele nunca antes pudera imaginar.
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Está quente... o calor dissipa-se e sente-se o choque da temperatura mas ele está firme, não desiste e está convicto. O último passo aproxima-se como um volteio de alegria e tristeza. Com um unico e sólido arranco, a urina salta e invade todo aquele mundo exterior... a névoa que se dissipa como que saudando a desconhecida atmosfera que a envolvia. O estertor continua e a sensação invade-me como uma abundante ejaculação precoce de um jovem inexperiente que toca à punheta pela primeira vez.
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O suor do rosto... A expressão inamovível de prazer que não consigo arrancar da cara...
Enquanto me recomponho, pingas de suor rolam e escorrem da minha testa, um resto de líquido escoa lentamente do fundo da bexiga dispersando-se por todo aquele ovalado aposento branco.
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E é então que vejo... a bola de naftalina... ... desapareu! Evaporou-se, esfumou-se naquele ambiente glacial e orvalhado. A missão tinha sido cumprida e a alegria invade os meus sentidos que se esforçam pra reter a imagem fugaz da dissipação da bola e do momento da mija gloriosa.
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Ouve-se um barulho estridente. A porta abre-se com uma força espadada. Chegam visitas não totalmente inesperadas.
Fecho o zip das calças, lavo as mãos e componho-me ligeiramente. Saio porta fora com um sorriso discreto nos lábios e baixo o olhar a pensar...
-"Portaste-te bem... não te preocupes, temos tempo. O momento de celebrarmos chegará e garanto-te que não o iremos fazer sozinhos, somente acompanhados de uma toalha de papel e de uma revista pornográfica! Não... desta vez tenho algo de especial reservado pra ti... O belo e redondinho cu da Maria, a tua, perdão... a nossa amiga!"
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É bom ter amigas assim, caralho...
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Como seria o mundo se as pessoas pudessem ler o pensamento umas das outras? Já imaginaram se fosse possível "ou...
Deitada sobre a mesa áspera, a camisola enrodilhada nos ombros, sentia o corpo ir e vir ao ritmo selvagem da besta qu...