Aquilo que mais custa quando vou ao dentista, não é o facto de ter que aguentar com a dor, mas sim não poder dizer asneiras enquanto o cabrão do dentista me perfura a boca.
Já tentei insultar em francês pra não parecer mal mas não é a mesma coisa. Parece que tou a limpar o cú a seda...
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Ora se eu fosse dentista, instituía um tipo de consulta que fosse só para adultos, em que fosse permitido, entre outras coisas, dizer asneiras, tipo: foda-se, puta que o pariu, seu cabrão de merda, vá furar dentuças ao caralho que o foda... coisinhas assim.
Outra coisa que fazia era trabalhar sempre com uma assistente diferente todos os dias, pra quebrar a monotonia. A assistente tinha que usar obrigatoriamente uma bata branca (e mais nada, bem entendido).
E depois era fácil. Em vez de fazer anestesia local ao paciente, dáva-lhe com gás anestésico e punha o tipo a contar carneirinhos até cair pro lado.
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O tipo acordava, fazia um ar assustado e saía do consultório a correr pra fazer queixa à DECO:
- Acordei e vi o dentista mais a assistente, a... vestirem-se!
- Tem a certeza do que está a dizer?
- Bem... não sei... estava um pouco zonzo, tinha acabado de acordar da anestesia.
- Olhe que essa acusação que está a fazer é grave.
- Pois, pois... O certo é que depois de sair lavei a boca como se o amanhã não existisse. De certeza que o filho da puta me fez alguma coisa.
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A funcionária já habituada a queixas relativas ao kumkaneco e que até costuma ser cliente assídua do mesmo pra tratar dos dentes e... afins, tenta acalmar o utente enraivecido:
- Pronto amigo. Foi violado, e depois?!... Deixe lá isso, não sentiu nem viu nada, pois não? Lembra-se de algum caralho a entrar -lhe pela boca dentro?! Não se lembra...Oiça, você é solteiro e jovem... Não há problema algum. Esqueça isso! Eu não vou contar a ninguém!...
- Tá bem, tá bem!... O problema é que agora passo a ser material de refugo, caralho!... (dizendo isto com um olhar de paneleiro triste).
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