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E pronto, sem que tenhamos dado por isso mais um ano que passou e felizmente pra nós que acabou aquela semana que medeia entre o Natal e o Fim de Ano em que toda a gente procura desesperadamente uma festa de fim de ano onde possa estar.
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Eu andava assim até que fui convidado a passar o reveillon em casa de familiares da miúda, rodeado de pessoas que conheço bem e outras que nem por isso numa festa com mais de uma dezena e meia de indivíduos e em que só os anfitriões é que verdadeiramente conheciam toda a gente e que por isso mesmo estavam devidamente integrados e animados.
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É claro que depois, no momento das doze badaladas toda a gente começou a correr com o copo na mão na direcção uns dos outros e pra junto de alguém que conhecessem suficientemente bem que pudessem abraçar e dizer:
-“FELIZ ANO NOVO, PAH…”
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O problema foi que, no meu caso, a coisa não foi bem assim… no meio da confusão não consegui vislumbrar o tal anúncio da cerveja Super-Bock Abadia que supostamente me serviria de referencia para o momento crucial, nem tão pouco ouvi as respectivas badaladas já que estava juntamente com o anfitrião e outra pessoa a tentar em vão, abrir um daqueles canudos que explodem confettis e rolos de papel pra cima da cabeça das pessoas ao bom estilo das épicas finais da Liga dos Campeões.
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Ora bem… aquilo tornou-se repentinamente bastante complicado já que os canudos foram distribuídos em cima da hora e enquanto mudávamos de ano sem nos apercebermos disso, eu estava ainda a ler o caralho das instruções e a miúda me dizia que era preciso arrancar o selo de segurança que estava colado, enquanto o anfitrião gritava como louco nos meus ouvidos:
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-“Mas eu não tenho… EU NÃO TENHO!...”
E eu:
-“Mas não tens o quê, caralho?!”
-“Eu não tenho… UNHAS!... UNHAS, PAH… e agora?! Como é que eu tiro o selo?”
-“Oh pah, quem não tem unhas, não toca guitarra nem arranca selos de segurança de canudos de confettis em festas de fim de ano…” - disse eu com um ar bastante informado - "Olha, arranca à dentada!"
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E de repente alguém disse:
-“Já passou, caralho… olha já foi!... Foda-se!...”
E eu:
-“POFFF…”
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E aquela merda disparou e começou a cair confettis na cabeça das pessoas e a entrar nos flutes de champagne entretanto já cheios de Raposeira do Lidl… e eu pensei para comigo:
-“Foda-se… a passagem de ano foi como o resto do ano. Passou a correr e eu nem reparei…”
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E lá fui eu à procura de um copo de champagne e de um beijo rechonchudo da minha namorada e lá me consolei.
Como viram foi fenomenal e deveras hilariante.
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Depois disso e após a primeira debandada da autoproclamada malta “sénior” à 1 da manhã, os restantes sobreviventes entre os quais eu, cantamos umas musiquitas de karaoke enquanto tentavamos em vão ouvir a musica dos ‘Contentores’ dos ‘Xutos’ porque alguém foi comprar o filha da puta do cd pirata na feira dos ciganos e este vinha riscado e não tocava, e daí que tivemos de nos contentar com a pimbalhada do costume. Se bem que aquela musica do ‘Meu Amigo Charlie Brown’ fez realmente sucesso, logo seguida do ‘Quando A Cabeça Não Tem Juízo’ e do ‘Conquistador’ dos ‘Da Vinci’, isto enquanto fazíamos o comboinho às três da matina, ao som de ‘Bonga’.
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Pra acabar em beleza, um joguinho interessante em que tínhamos de colocar as patorras e as mãos nuns círculos coloridos entrelançando-nos de forma bastante embaraçosa nos outros intervenientes do jogo fazendo umas ricas figurinhas enquanto alguém filmava tudo para a posteridade.
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Ora, apesar de tudo isto, o anfitrião no dia seguinte fez logo saber aos primeiros que prematuramente abandonaram a festa, que a dita só terá tido verdadeiro início após a saída destes… tendo estes perdido a espectacularidade destes momentos.
Está bem visto, sim senhor…
Tudo ficou devidamente registado em vídeo, e prometo que qualquer dia destes mostrarei aqui algumas imagens para gáudio de vocezessss.
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Mas se querem mesmo saber, devo dizer que para mim o ideal teria sido alugar dois ou três dvd's sendo que um deles podia até ser um filme porno, enquanto festejávamos novamente a passagem do ano novo nas Ilhas Caimão às 5 da matina, com muito álcool e com abraços bastante afectuosos acompanhados de maior ou menor quantidade de vómito.
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Isso sim, seria verdadeiramente espectacular e daria o toque final numa festa de arromba, caralho!…
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